sexta-feira, dezembro 21, 2007

Um Santo & Feliz Natal e Próspero Ano


É Natal...

De acordo com o espírito cristão este é um período de bem-aventurança, de esperança resnascida nos valores mais nobres da natureza humana, e é sobretudo um tempo que se quer de paz, amor e boa vontade entre todos os "homens" de bem.

Mais um ano se passou sobre a vida diária desta freguesia e dos seus munícipes. Certamente para alguns este foi um ano feito de momentos felizes, para outros nem tanto assim.

Indepentemente de tudo isso, neste Natal, na qualidade de representante do CDS-PP na freguesia de Santa Engrácia desejo a todos os militantes e simpatizantes do partido, bem como, a todos os moradores desta Freguesia

Um Santo & Feliz Natal
e
Próspero Ano Novo

cheio de Saúde, Paz e Amor para todos vós e para as vossas famílias.

Um abraço com amizade,

Sílvia de Jesus Gomes (representante do CDS-PP em Santa Engrácia)

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Boas Festas

É Natal, época de Paz na Terra e Amor entre os Homens de Vontade.

Esta é a data em que celebramos o nascimento de Jesus, que deixou aos homens uma mensagem de Paz e um singelo pedido... "Ama o próximo como a ti mesmo!"

Que o espírito de natal toque profundamente no seu coração e de todos os que lhe estão próximos, enchendo de alegria e paz o vosso lar durante todo o ano de 2007.

Na qualidade de representante do partido CDS-PP desejo a todos os moradores de Santa Engrácia e respectivas famílias...
Um Santo e Feliz Natal & um Próspero Ano de 2007 cheio de Saúde, Paz, Amor, Amizade, Esperança e Prosperidade.
Um abraço com amizade,
Sílvia de Jesus Gomes
(Representante do CDS-PP em Santa Engrácia)

quinta-feira, outubro 06, 2005

Mensagem à Freguesia


Eis que novamente, o país volta às urnas para decidir o futuro das diversas freguesias e autarquias, entre os quais a sua.
Nestes momentos finais e decisivos da campanha eleitoral, já muito foi dito, e várias foram as promessas feitas pelos diferentes candidatos.
Após ter circulado por algumas das artérias da sua freguesia, cruzei-me com várias pessoas, das mais diversas idades, quem sabe se consigo também, e na maioria das vezes, o que ouvi foram palavras de desânimo e descrença para com a política.
Todavia, apesar dos tempos difíceis que o país atravessa, espero que não deixe morrer a sua esperança, e dê voz às suas inquietações e expectativas votando no próximo domingo.
O seu voto não é só um direito, é também a sua voz perante a sociedade, e para haver mudanças há que não ter medo de fazer escolhas e acreditar que algo de melhor estará para vir.
Ao candidatar-me à sua freguesia faço-o com a consciência de que há muito a fazer, e de que o importante, são as pessoas.
Por isso, não lhe vou prometer obras impossíveis ou irrealistas, mas apenas colocar o optimismo, juventude, dinamismo e dedicação da minha equipa ao serviço da sua freguesia, procurando torná-la um lugar cada vez melhor, para viver, trabalhar e conviver.
No dia 9 de Outubro de 2005 conto consigo para que durante os próximos quatro anos, connosco, o futuro da sua freguesia esteja em boas mãos.

Um abraço com amizade,

A Candidata à Junta de Freguesia de Santa Engrácia (Lisboa)

Sílvia Zambujal Gomes

Acção de Campanha para hoje

Programa de Campanha para amanhã, dia 6 de Outubro
Quinta-feira, 6 de Outubro
11h30 – Conferência de Imprensa. Maria josé Nogueira Pinto fará um balanço sobre a Campanha.
(Sala Panorama, Hotel Altis, Rua Castilho)
16h30 – Acção de rua em São Francisco Xavier com Telmo Correia
(Encontro no Café “O Careca”, no Restelo)

Não há bela sem senão...







Já elogiamos aqui a riqueza e a beleza arquitectónica da freguesia de Santa Engrácia. Contudo, como diz o povo e muito bem: "Não há bela sem senão!", por isso, aqui ficam apenas algumas imagens de alguns dos problemas que afectam a qualidade de vida dos seus moradores...



















De facto, é de lamentar que do esplendor de outrora, susbsistam agora paredes meias com exemplos magníficos da recuperação do tecido urbano, alguns edifícios em tão avançado estado de degradação como os que aqui apresentamos, bem como, lixeiras a céu aberto.
Tanto mais que, segundo um relatório divulgado em 2001, in http://lrm.isr.ist.ul.pt/jsgm/lsb_abandono/29_staengracia.html o número de edifícios em estado de abandono nesta belíssima freguesia, ascendia já nessa altura, a cerca de 11.

Vejam só como é linda esta freguesia...






Se dúvidas restassem, aqui ficam algumas imagens a provar a enorme beleza deste pequeno cantinho de Lisboa...

Coro Inter-Paroquial de Santa Engrácia e São Francisco de Assis

São múltiplas as surpresas que nos reserva esta freguesia, que apesar da sua pequena dimensão territorial, tem um vasto e belo espólio arquitectónico e histórico, enriquecido pela simpatia dos seus habitantes, e que para além do museu da água e da igreja matriz, tem também o coro inter-paroquial de Santa Engrácia e São Francisco de Assis, cuja fama já passou além fronteiras.
Nunca será demais, recomendar uma visita ao site oficial do coro mater dei, para aí poder descobrir, mais uma pequena pérola desta freguesia.
In http://coromaterdei.no.sapo.pt

A Paróquia de Santa Engrácia Breve Resumo Histórico da Igreja Matriz

A Paróquia de Santa Engrácia foi criada por um Breve do Papa Pio V, datado de 30 de Agosto de 1568.
Tal facto deveu-se ao desejo da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, que sendo devota da Virgem Mártir Santa Engrácia e possuindo dela relíquia, quis erguer em sua honra uma igreja.
Tal como em Saragoça, a Igreja de Santa Engrácia ficava fora das muralhas. Quis a Infanta também construir fora da muralha Fernandina, uma igreja localizada na freguesia de São Vicente de Fora, e que é hoje o Panteão de Santa Engrácia.
O desacato de 15 de Janeiro de 1630 e o terramoto de 1755, fez passar o culto para a Igreja do Paraíso, e estando esta mais tarde em situação de ruína, foi transferido o culto para a Igreja Conventual de Nossa Senhora da Conceição da Porciúncula, na Calçada dos Barbadinhos, em 5 de Abril de 1835, onde ainda hoje se celebra, designando-se por isso como Igreja de Santa Engrácia.
O Convento dos Barbadinhos foi fundado em 10 de Abril de 1738 por Frei Francisco António São Pedro Arena, e alberga actualmente o quartel da guarda-fiscal republicana.
A Igreja é dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Porciúncula.
Passou a Sede da Paróquia de Santa Engrácia em 5 de Abril de 1835.
Foi restaurada em 1896.

Museu da Água Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos


A imagem da freguesia de Santa Engrácia encontra-se associada à existência do museu da água, mais propriamente, a estação elevatória a vapor dos Barbadinhos, localizada na Rua do Alviela, que para além do seu magnifico jardim, oferece aos seus visitantes duas salas de exposições, uma permanente e uma outra temporária.
Esta estação elevatória foi inaugurada a 3 de Outubro de 1830, e veio permitir o aumento do volume de água fornecido à cidade de Lisboa.
O seu principal equipamento, constituído por quatro máquinas a vapor nas oficinas de E. W. Windsor de Ruão, as quais funcionaram, ininterruptamente, até 1928.
As máquinas cujo vapor era produzido por cinco caldeiras, são todas do mesmo tipo: êmbolos verticais de dois cilindros cada, com camisa de vapor – sistema Woolf – de expansão variável e de condensação.
Mas para uma visita virtual mas detalhada, aconselhamos a dar um salto até ao site oficial do museu da água e visitar virtualmente algumas das salas deste belíssimo museu, cuja visita recomendamos. In hptt://museudaagua.epal.pt/museudaagua

Lenda das Obras de Santa Engrácia


São duas as versões da lenda que deu origem à expressão popular “É como as obras de Santa Engrácia...”, normalmente utilizada para designar “aquilo que não tem fim”.

A mais conhecida e romântica das duas, é a versão popular, de acordo com a qual:

“Simão Pires, um cristão­ novo, cavalgava todos os dias até aos convento de Santa Clara para se encontrar, às escondidas com Violante.
A jovem tinha sido feita noviça à força por vontade do seu pai, fidalgo que não estava de acordo com o seu amor.
Um dia, Simão pediu à sua amada para fugir com ele, dando-lhe um dia para decidir. No dia seguinte, Simão foi acordado pelos homens do rei que o vinham prender acusando-o do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia que ficava perto do convento.
Para não prejudicar Violante, Simão não revelou a razão porque tinha sido visto no local. Apesar de ter invocado a sua inocência, foi preso e condenado à morte na fogueira, que se realizaria junto da nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado.
Quando as labaredas envolveram o corpo de Simão, este gritou que “Era tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!”.
Os anos passaram e a freira Violante foi um dia chamada a assistir aos últimos momentos de um ladrão que tinha pedido a sua presença. Revelou-lhe que tinha sido ele, o ladrão das relíquias e sabendo da relação secreta dos jovens, tinha incriminado o Simão. Pedia-lhe agora o perdão que Violante lhe concedeu.
Entretanto, um facto singular acontecia, as obras da igreja iniciadas à época da execução de Simão pareciam nunca mais ter fim. De tal forma que o povo se habituou a comparar “Tudo aquilo que não mais acaba” às obras de Santa Engrácia.”

In “A Liberdade de Escrita”.

De facto, esta versão popular e romanceada sobre as origens da expressão “ São obras de Santa Engrácia” encontra fundamento nos relatos históricos da paróquia, em cujos anais ficou registado um incidente ocorrido na noite de 15 de Janeiro do ano de 1630, conhecido por “O Desacato de Santa Engrácia”. Vejamos então, o que nos dizem esses relatos.
“Lisboa preparava-se em grandes festejos para celebrar o nascimento do príncipe herdeiro que receberia o nome de Baltazar Carlos e que era filho de Filipe IV de Espanha e III de Portugal. Foi nesse ambiente que se propagava a notícia do desacato. Atribui-se este atentado sacrílego a um cristão-novo, ou seja, um judeu convertido. Incrível a comoção que causou este atroz sacrilégio, lançando-se logo pregões que nenhuma pessoa, sem nova ordem, saísse de sua casa e sem dilação decorreram por toda a cidade os ministros da justiça inquirindo com exactas diligências, que pessoas haviam saído fora na noite precedente e em que haviam estado. Achou-se que um homem ordinário, chamado Simão Pires Solis, havia estado fora e sendo perguntado onde, não respondeu a propósito, antes com grande turbação; ajuntaram-se outros indícios que caíram sobre ser homem turbulento e cristão-novo e por eles foi condenado a ser queimado vivo, cortando-lhe primeiro as mãos. A muitos pareceu acelerada e rigorosa esta sentença visto que não havia prova concludente, nem confissão do reo, mas, todavia, se executou na forma sobredita. «É assim nesta linguagem de movimentado colorido que se descreve a inquirição do presumível responsável que sofreu o suplício em três de Fevereiro de mil seiscentos e trinta e um (1631).»
Segundo é tradição estava Simão Solis inocente do crime de que era acusado, pois nessa noite apenas rondava o Convento de Santa Clara para requestar (namorar, cortejar) uma religiosa, sendo a causa da sua desgraça o despeito e ciúmes dum rival Dr. Gabriel Pereira de Castro (1571-1632) que foi um dos juízes que condenou o apaixonado cristão-novo.
Este desacato e a execução do presumível responsável fortemente emocionaram o povo que passou a referenciá-los, enriquecendo as suas narrações com a lenda. É assim que se conta que: «ao encaminhar-se para o suplício, o condenado profetizara ser tão certo estar inocente do que o acusavam, como nunca se haverem de concluir as obras de Santa Engrácia!».
Tornou-se essa frase como uma maldição que caiu sobre as obras da nova igreja que permaneceram inacabadas mais de dois séculos.
Também o desacato entrou na lenda de carácter mais religioso como poderemos comprovar por esta narração.

In “Monografia da Paróquia de Santa Engrácia (Lisboa) alusivas ao 4.º Centenário da sua Fundação”.

A outra versão menos eloquente, do significado da expressão “São obras de Santa Engrácia” deve-se ao facto da construção da igreja de Santa Engrácia, situada na freguesia de São Vicente de Fora, onde é hoje o Panteão Nacional, ter demorado cerca de 350 anos a ficar concluída.
Quanto aos motivos dessa demora, convém consultar o relatório do IPPAR, que nos apresenta a versão oficial, in http://www.ippar.pt/monumentos/se_staengracia.html.

Calçada dos Barbadinhos


Pertencente à freguesia de Santa Engrácia, a Calçada dos Barbadinhos liga a Rua da Cruz de Santa Apolónia à Rua de Sapadores. Com pouco mais de 250 anos de existência, esta artéria de casario modesto mantém, no troço mais antigo, o seu aspecto setecentista. De um lado, a propriedade dos Van Zeller, antes pertencente à Quinta dos Senhores de Pancas, e o conjunto conventual dos Barbadinhos. De outro, a correnteza de pequenas casas que integraram a propriedade do opulento Vasco Lourenço Veloso, foram depois da Companhia Portuguesa de Tabacos, e mais recentemente, da Brigada Fiscal da G.N.R..
A abertura da rua foi iniciativa dos frades capuchinhos italianos. Constituindo um dos três ramos da primeira Ordem Franciscana, estes religiosos ficaram conhecidos em Portugal por «Barbadinhos», não só pela barba que usavam, mas para se distinguirem dos frades Capuchos, chamados genérica e popularmente pelo diminutivo.
Uma vez que as Missões no Brasil e em Angola, em meados do século XVII, careciam de licença da Coroa Portuguesa, os Capuchinhos embarcavam em Lisboa, cidade a que tornavam no regresso. A conveniência de um local onde pudessem ficar hospedados levou a que os Barbadinhos italianos fundassem uma casa para seu uso exclusivo, após vários anos alojados em casa alheia. Depois de instalados no mosteiro dos confrades franceses, à Esperança, e no antigo recolhimento das Comendadeiras de Sant’Iago, a Santa Apolónia, construíram o seu convento neste último sítio. A questão dos acessos levantada pela localização da nova casa foi resolvida pela cedência de uma fatia de terreno, pelas freiras vizinhas de Santa Apolónia. Desta forma puderam abrir um caminho que lhes deu serventia ao convento. Nascia, assim, a rua Nova dos Barbadinhos, depois apenas rua, e posteriormente, calçada.
O templo dos Barbadinhos merece uma atenção cuidada. No interior, além do magnífico tabernáculo no altar-mor, destaca-se a decoração com madeiras ricas do Brasil, sem recurso à cobertura de ouro usual da talha portuguesa. No exterior, além das cantarias não afeiçoadas, o realce recai sobre a contorcida pedra de armas reais que decora a fachada. Uma vez extintas as ordens religiosas, os hábitos dos Barbadinhos italianos desapareceram do sítio. A sua igreja, de Nossa Senhora da Porciúncula, acolheu então a paróquia de Santa Engrácia (1836), assim se mantendo até aos nossos dias. Ultrapassou as quatro centenas o número destes religiosos que rumaram a Angola ao longo dos dois séculos de missionação com sede em Portugal. Notabilizados pela actividade missionária e pelos livros publicados em várias línguas nos sécs. XVII e XVIII, os Barbadinhos mantêm-se presentes na memória alfacinha através do nome da calçada.

In http://www.escritadigital.pt/, publicado por Jorge Ferreira Paulo.

Santa Engrácia - História da Santa Mártir


16 de Abril

Corria o ano de 303 D.C.
Oteomero, de uma distinta família romana tinha sido governador de Braga e era actualmente Senador, gozava da sua alta posição e da sua imensa fortuna. Tinha uma única filha, Engrácia, que era formosíssima. Mas tão singela e tão modesta, fugindo do luxo e dos divertimentos pagãos que seu pai andava preocupado querendo adivinhar a razão de Engrácia não se parecer com as raparigas da sua posição. Pensava no casamento da sua filha, via nela o futuro da sua casa e resolveu mandá-la à Gália, preparando-lhe ali o enlace com um jovem general romano. Mas como são diferentes os caminhos de Deus...
Numa tarde de Outono, o pai e a filha encontravam-se passeando nos magníficos jardins do palácio, a atmosfera estava impregnada do perfume das flores e os cachos maduros penduravam-se nas grades de bronze dourado. Oteomero sentou-se junto de uma fonte e chamando a filha começou a falar-lhe no assunto que tanto o interessava. Sentia-se velho, e não queria morrer sem deixar um herdeiro à sua casa, mas... a resposta de Engrácia admirou-o.
– Minha filha a tua linguagem é a dos cristãos escravos de uma cruel divindade à qual sacrificam tudo.
– Não meu pai, o Deus dos cristãos não é um tirano, é um salvador amabilíssimo que morreu na cruz para salvar os homens, feitos à sua imagem e semelhança, quando pecam, estende-lhes os braços oferecendo-lhes a sua misericórdia e ensinando-lhes o arrependimento, como compará-los aos vossos Deuses?
Oteomero estava indignado com aquela linguagem, mas não querendo afligir a filha que era todo o seu enlevo, disse-lhe:
– Engrácia, sê condescendente com o teu pai. Conheci em Barcelona, Endonte, general romano de uma família distintíssima, ligado à nossa, tem a simpatia do Imperador e está comandando as legiões romanas na fronteira da Gália, é esse jovem que te escolhi para esposo.
Engrácia baixou a cabeça, e humildemente mas firme, respondeu:
– Desposar-me eu? Nunca meu pai!
Oteomero tapando o rosto com as mãos exclamou:
– A minha única filha, a alegria dos meus últimos dias destrói com uma palavra todas as minhas ilusões!
– Pai, se eu pudesse satisfazer os teus desejos, mas... há um sentimento mais alto que me conduz. Não posso aceitar o esposo que me destinais.
Oteomero cheio de esperança diz-lhe:
– Filha, se é outro o teu escolhido diz-me o seu nome, não tardarei em lhe abrir os braços.
Então, Engrácia transfigurada exclamou:
– O meu esposo é Jesus-Cristo, eu sou cristã!
– Infeliz!!! – rugiu Oteomero empurrando a filha e desapareceu.
A noite desceu sobre o palácio do velho Senador, e pensamentos terríveis o agitaram... «Se chega aos ouvidos do Imperador a decisão da minha filha a que martírios, ela está exposta!». Tudo lhe parecia um sonho – «Quem revelaria a Engrácia essa doutrina?». Fora de si, mandou chamar o cunhado.
– Sabes a nossa desgraça? Engrácia é cristã!
Este por sua vez calava-se e depois de muito instado, confessou: – Também eu sou cristão pela graça de Deus. Foi uma pobre escrava, pobre para o mundo, mas rica aos olhos de Deus, quem me converteu a mim e à tua filha.
Passou tempo, mas Oteomero não desistiu, e na Primavera acompanhada de um brilhante séquito, partia Engrácia para Saragoça. Uma visão do futuro tinha feito a Santa Mártir exultar de alegria, mas deixar o pai tão velho e pagão fazia-lhe sangrar o coração. Na véspera de partir, reunira num dos seus aposentos, transformado em oratório, todos os escravos cristãos, suplicando fervorosamente a Deus a conversão de Oteomero. Nisto, o velho Senador que escondido tudo tinha observado, entrou e exclamou abraçando a filha: – Grande é o vosso Deus, pois uma jovem humilde e tímida como Engrácia, pôde levantar-lhe em minha casa um altar, e reunir aqui os meus melhores escravos. Não sabia que o meu palácio estava cheio de cristãos. Se o vosso Deus é poderoso como dizeis, ele dissipará as minhas trevas e se resistirdes às perseguições de que são vítimas os discípulos de Cristo, também eu abraçarei a vossa fé!
Saragoça, cidade privilegiada de Maria. Conta Maria de Agreda, na Mística Cidade de Deus, o que se segue.
Estava S. Tiago Apóstolo pregando em Saragoça, quando um dia lhe apareceu Nossa Senhora rodeada de uma multidão de Anjos que traziam uma coluna de mármore ou jaspe e uma pequena estátua da Mãe de Deus. Nossa Senhora ordenou aos anjos que colocassem a sua estátua sobre a coluna e a pusessem no sítio onde ainda hoje está. Disse a S. Tiago que queria ali um templo em sua honra, onde ficaria a coluna e a sua imagem até ao fim do mundo, e que protegeria a Espanha!
A primeira visita de Engrácia em Saragoça foi a Nossa Senhora do Pilar. A sua entrada na cidade não passou despercebida, devido à sua formosura e ao brilhante séquito que a acompanhava.
Reinava Diocleciano, e uma nova era de perseguições, ia começar. Daciano, perfeito romano chegava a Saragoça para lhe dar início. Acompanhava-o Endonte, general romano, noivo que Oteomero destinava a sua filha. Era um belo moço e sabendo pelo pai da chegada de Engrácia a Saragoça, queria vê-la. No seu orgulho, não duvidou um instante do consentimento dela e convidou para a boda os seus amigos. Fascinado com a formosura da Lusitana, pediu a sua mão, sabendo ser essa a vontade de Oteomero. Mas ela dirigindo-lhe palavras que ele como pagão não podia compreender, acabou dizendo: – Nunca aceitarei um esposo humano.
– Mas para quê viestes então a Saragoça?
– Para cumprir a vontade de Deus – respondeu Engrácia.
O general cheio de orgulho e cólera quis replicar, mas a Santa mostrando-lhe a saída retirou-se, dizendo-lhe: – Endonte, Deus te perdoe e ilumine!
A perseguição desencadeou-se terrível. Daciano queria saber o número e o asilo dos cristãos. Procurou o general romano e disse-lhe: – O édito vai ser afixado esta noite, os altares estão prontos para os sacrifícios, espero uma boa presa, uma mulher, uma estrangeira a quem ninguém ousa prender, mas que em breve estará em meu poder. Conhece-la? É aparentada com a nossa família.
– Seja o que for – respondeu Endonte com dureza. – Se é cristã tem de morrer!
Engrácia não aparecia, não chegara ainda o dia da vitória.
Depois de buscas infrutíferas, espalhou-se que os cristãos se tinham refugiado na Igreja do Pilar. Endonte juntou as suas tropas e avançou para o templo, mas à porta estacou; supersticioso e cobarde, receou entrar no templo de Maria. Vendo que as suas tropas se recusavam também, mandou rodear a Igreja de matérias inflamáveis e deitar‑lhe fogo. Mas... o poder incomparável de Nossa Senhora, ardeu tudo, mas o templo ficou intacto. Depois de muitas pesquisas, Endonte conseguiu entrar nas catacumbas, junto ao Èbro, era ali que se reuniam os cristãos; para isso seguiu uma piedosa mulher conhecida de sua irmã Marcela, esta também já cristã de desejo. Endonte seguiu, os cristãos estavam em oração. Imediatamente se ouviu o tilintar das armas dos soldados romanos que entravam à ordem de Endonte.
– Quem procuras?
– Engrácia.
E a Santa Virgem, que mais parecia um anjo que uma criatura, esperando salvar os seus irmãos, avançou dizendo com um santo orgulho: – Sou eu!
Os cristãos foram massacrados e a Virgem lusitana levada em ferros para a prisão. Levantou-se o tribunal na praça pública de Saragoça e Engrácia foi conduzida à presença do perfeito romano. Á sua entrada houve um sussurro na multidão.
– És cristã? – perguntou Daciano.
– Tenho essa imensa ventura.
– Teu pai educou-te no culto dos Deuses?
– Eu só adoro o verdadeiro Deus.
– Estás noiva de um ilustre general romano?
– O meu único esposo é Jesus Cristo.
– Sabes que tenho o poder de te fazer sofrer as maiores torturas? Sacrifica aos nossos Deuses!
– Jesus Cristo é o defensor das virgens, nunca adorei aos vossos Deuses, só adoro Jesus Cristo, filho de Deus, criador de todas as coisas.
Nisto, ouve-se um clamor imenso sair da multidão. – Ao fogo, ao fogo com a lusitana!!!
Daciano mandou-a reconduzir à prisão, dizendo que ele mesmo, escolheria os suplícios que ela devia sofrer.
Engrácia, como o divino esposo foi presa a uma coluna e cruelmente açoitada; em seguida amarrada a dois fogosos cavalos numa corrida vertiginosa, desconjuntaram, rasgaram o corpo da Santa Virgem; era uma chaga, mas levaram-na ao cárcere ainda com vida. Nos seus lábios via-se um sorriso celestial, e quando piedosas mulheres entraram na prisão, acharam-na em extasies, voltando a si disse-lhes: – Porque choram? Se é hoje o dia mais feliz da minha vida, o corpo sofre, mas a alma goza, porque tem o penhor da vida eterna. Ah! O Céu! Se soubésseis o que é o Céu!!!!
O Bispo indo visitá-la, quis dar-lhe ânimo com estas palavras: – Feliz minha filha, derramastes o vosso sangue por Jesus Cristo.
– Ainda não ­– respondeu ela. – O meu divino esposo disse-me que tenho martírios mais atrozes a sofrer, tenho almas a salvar e não há redenção sem sacrifícios.
Daciano, instrumento do inferno preparava novos suplícios, entraram no cárcere cinco algozes que mais uma vez quiseram obrigar Engrácia a sacrificar aos Deuses, mas inutilmente. Estenderam a Santa Mártir no chão, pés e mãos presos em argolas de ferro, metidas nas paredes, e arrancando-lhe o fato colado às chagas, rasgaram-lhe o corpo com pentes e unhas de ferro, tirando-lhe parte do fígado. Engrácia pronunciava os nomes de Jesus e Maria. Neste momento entra na prisão Daciano, enraivecido com a constância de Engrácia, exclama: – Por toda a parte os cristãos, como exterminá-los? Talvez os carcereiros o sejam também! – e vendo a Santa Virgem ainda com vida, tenta ele mesmo acaba-la pela última vez. Engrácia por sinais recusou; mandou anda cortar‑lhe o peito do lado do coração, a mártir caiu para cima do algoz mas não morreu, Deus conservava-lhe a vida milagrosamente.
Então, Daciano, cheio de terror e raiva disse: – É preciso acabar coma lusitana! – e mandou vir um prego e martelo, o fez entrar na testa de Engrácia que a seguir expirou!
Querendo mais vítimas, mandou ali mesmo degolar Marcela, irmã do general romano, um triunfo de Engrácia que com o seu martírio tinha alcançado a Deus a conversão da jovem romana e de seu pai Oteomero, martirizado em Braga.
Passava-se isto a 16 de Abril.
Daciano convenceu-se que os cristãos se atemorizassem com os suplícios de Engrácia. Os mártires de Saragoça contam-se aos milhares. Os cristãos puderam enterrar o cadáver da Santa Mártir nas catacumbas, e nesse momento viram anjos revestidos de dalmáticas encarnadas, encessando com turibulos de ouro; as catacumbas iluminaram-se maravilhosamente e coros angélicos entoaram cânticos harmoniosos. Passados dias o general romano adoeceu gravemente e sentindo-se morrer, arrastou-se até ao túmulo de Engrácia e de Marcela. O Bispo Valero que vinha orar junto das Santas Mártires, reconheceu-o e vendo-o moribundo, perguntou-lhe: – Que queres? O baptismo? – respondeu Endonte: – O sangue da minha irmã Marcela caiu nos meus olhos e a minha alma abriu-se à verdade.
Depois de baptizado, voltando-se para o túmulo das Santas Virgens, exclamou:
– Elas me abriram o Céu! Meu Deus, que excesso de misericórdia e de amor.

terça-feira, setembro 27, 2005

Condolências à Democracia

Foi com profundo choque e sentido pesar, que a candidatura do CDS-PP à Junta de Freguesia de Santa Engrácia (Lisboa) tomou conhecimento do falecimento do candidato do PSD, Miguel Madeira, à Junta de Freguesia de Vila Franca das Neves (Guarda), baleado hoje de manhã.
De facto, é de lamentar, que volvidos 31 anos após o 25 de Abril, actos como estes possam continuar a ensombrar a liberdade de expressão, de uma democracia que se quer livre e plena na igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, independentemente dos ideais políticos de cada um e de cada qual.
Desconhecem-se as circunstâncias e os motivos que estiveram na origem deste homicídio.
Não obstante, este não foi certamente, nem o meio, nem o momento adequado, para resolver quaisquer divergências que possam ter existido entre a vítima e o agressor.
Somos antes de mais nada, cidadãos dotados de um profundo respeito pela condição humana e pela democracia, e como tal, não podemos deixar de lamentar este trágico incidente, que mais não fez do que marcar de luto o início de uma campanha eleitoral que se quer livre, ponderada, pacífica e sustentada no debate racional e igualitário das diferentes propostas apresentadas pelos diversos quadrantes políticos.
Por isso, independentemente da nossa cor politica, deixamos aqui o nosso voto de condolências à família, amigos e conterrâneos do falecido, e fazemos votos que a justiça seja breve e seja feita.
São estes os nossos votos de pesar,
A Candidata à Junta de Freguesia de Santa Engrácia
Sílvia Zambujal Gomes

quarta-feira, setembro 14, 2005

Bem-vindos



Bem-vinda (o) ao blog da candidatura do partido CDS-PP à freguesia de Santa Engrácia em Lisboa, nas eleições autárquicas de 2005.
De momento este blog encontra-se ainda em construção, mas brevemente será uma janela aberta para a história, cultura e notícias do dia-a-dia desta belíssima freguesia do concelho de Lisboa, de seu nome, Santa Engrácia.
Nesta página, poderá também brevemente encontrar, notícias recentes sobre a campanha eleitoral para esta freguesia e para a Câmara Municipal de Lisboa.
Assim sendo, agradeço a sua visita e espero poder surpreendê-la(o) numa próxima visita a este blog, com o respectivo conteúdo entretanto criado.

Um abraço com amizade,

A Candidata para a Junta de Freguesia de Santa Engrácia

Sílvia Zambujal Gomes